segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Em meio ao caos

Um sorriso no meio do caos, um caos que se formou em torno do riso, a memória de outrora, a lágrima que cobriu a razão de se perder em qualquer abismo e a profusão de lembranças sem sentido no meio do vazio que sobrou do que um dia me fez rir.

Levanto atônito, onde fui parar?


Eu a encontrei e me perdi, naquele sorriso ou na lembrança da ausência de tantos sorrisos, no preto dos olhos fechados; eu fiquei no passado.

Fecho a vida nos olhos, lembro de tantos sorrisos e não encontro o meu, que ficou perdido entre uma notícia e uma decepção, entre o querer e a vontade de não ter que fechar mais vida em olho nenhum.

Sento, acordo e vejo a simplicidade das coisas cotidianas. Ameaço um sorriso, enquanto o dia força sua entrada e empurra o sorriso, as lembranças e os rostos todos para outro abismo; das coisas que quase me permiti.

E esqueço de tudo que quase foi e que não foi e que será, num gole de café, enquanto penso nas coisas para fazer.

O dono da tabacaria continua lá, sob a tabuleta. E o mundo se faz cinza, como será a tabuleta que o mestre um dia contou. Ao menos essa lembrança fica. Da poesia.

E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

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