quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Um pouco de mim morre todos os dias


 Um pouco de mim morre todos os dias.
Inevitável e rotineiramente, como a chuva que cai.

A vida é assim, uma sequência de eventos ordinários.
Que unem-se como os fios daquelas senhoras gregas, que tecem a vida.
Ou assim dizia o mito.

Como a lágrima que chega ao chão.
Só chega ao chão porque algo a fez brotar.
Só chega ao chão porque escorreu sobre a face.
E não havia ninguém para enxugar.

Um pouco de mim morre todos os dias.

Como quando perco a paciência sem motivos.
Como quando me lembro do que fui.
E lembro de como queria ser.

Um pouco de ti morre em mim todos os dias.
Um outro pouco nasce também em mim.

A vida é um acumular de fatos e memórias.
E uma sucessão de pequenas mortes.

E se toda morte é uma revolução, porque exige uma mudança.
Então isso tudo, a vida, não é tão ruim assim...


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