sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Não importa




Não importa quantas pessoas morreram no dia anterior, quantas irão morrer no dia seguinte, quantas morrem enquanto você lê esse texto, ou ao menos passa os olhos.

E não importa o quanto as pessoas precisem de você ou daquele texto ou da correção daquele outro ou da criação do sei o quê. Tanto faz o mundo ao redor, a atmosfera cheia de oxigênio que entra pelas narinas ou pela boca mesmo, estou gripado.

O mundo se despedaça ao teu redor e a única coisa que consegue pensar é: "porque diabos me levantei hoje". E se lembra que o mundo não pára quando você precisa, ele simplesmente te obriga a levantar e sair da cama. E você sai. E como num instinto o mundo pára de rodar apenas ao seu redor. E não importa.

A dor de cabeça que perpassa o tic-tac do relógio; a pressa dizendo para você - naquela voz grave e surda bem ali atrás do seu consciente - que você precisa levantar, acordar, correr. Já não lembro mais o dia em que não estive atrasado com alguma coisa. Não importa

Os carros buzinam, os credores te xingam, a bateria do celular termina; não importa.

A impressão não é de tristeza ou melancolia, não é um problema que você não queria, simplesmente não importa.

Porque quando você está gripado, nada mais importa.

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