Do dia em que acordamos com dor de cabeça, com dor no coração, com a dor da pílula que nos falta, a pílula da Estrela. Estrela que não teve hora nenhuma. Desse dia em que as horas passam devagar, dia útil.
Desse dia em que sabemos de nossas responsabilidades carnais, de trabalho. E de nossos sonhos, responsabilidades subjetivas, as mais importantes.
Deste dia que ainda não veio, diferente daquele, já passado. E de todos os dias.
Ainda que se saiba que a culpa é apenas do artista incapaz de alçar vôos, de nos fazer sonhar. Ainda que se possa culpar o mundo cinzento, poluído por mentes pequenas e de gosto duvidoso. Mundo orçamentário. Um orçamento sempre a votar, sempre a voltar e nunca a nos dar.
Sonhos.
Ainda que não sonhemos, ainda que acordados, ainda que sem acordos. Ainda que sorria a velha, ainda assim há de ter esperança. A velha morrerá, o outro nascerá, o mundo vai girar. Sem rimas ou prosas ou contos, tudo custa tão caro quanto antigamente.
Ainda que seja proibido o desejo, ainda que haja conselhos, ainda que nada dê certo. Ainda que não haja fim e isso mesmo seja um começo. Ainda assim, o amanhã virá.
Ainda que seja mais do mesmo.
1 comentários:
Belo como o coração de quem escreve. :)
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Quem fala o que quer, ouve o que não quer.
Se você tivesse mesmo razão não comentaria de forma anônima.